domingo, 29 de abril de 2012

RN registra perdas de 40% na produção de leite

Para reverter o quadro negativo, as principais instituições ligadas à cadeia produtiva criaram um fórum de discussão na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faern) para sugerir ações que possam minimizar os efeitos e estabelecer políticas de apoio ao desenvolvimento do segmento, que agrega cerca de 25 mil produtores. Na próxima quarta-feira (2), às 8h, representantes do Sebrae, Faern, Federação das Indústrias do estado (Fiern), Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc), Sindicato da Indústria de Laticínios do RN e Sindicato dos Produtores de Leite vão elaborar uma pauta com sugestões de medidas e ações que possam ser implementadas. A proposta é também traçar estratégias para minimizar os reflexos da seca, considerada a pior desde a década de sessenta.
O documento será apresentado a parlamentares do estado, sobretudo a bancada federal, e governo, durante um café da manhã, que ocorrerá no dia 7 de maio. “A gente percebe que o problema é sério e merece uma união de esforços para solucionar. É preciso fazer algo urgente para que a cadeia produtiva do leite volte a crescer”, diz o gestor do projeto Leite e Derivados do Sebrae-RN, Acácio Brito
Declínio:
A situação da bovinocultura leiteira potiguar começou a desaceleração nos últimos dois anos. O rigoroso período de estiagem atravessado no ano de 2010 fez muitos produtores abandonar a atividade. Nem mesmo com o inverno do ano seguinte foi capaz de dar fôlego para o setor se recuperar. Somados às intempéries do clima, os atrasos no repasse dos recursos do programa do leite, que começaram no fim do governo anterior e persistiu até março deste ano, deixando a bacia leiteira potiguar sem capital de giro. Os repasses só foram regularizados neste mês, segundo o presidente da Faern, José Álvares Vieira. “Como se não bastassem tantos atrasos, estamos atravessando uma das piores secas da história”, acrescenta.
Outro problema, apontado por José Vieira, está relacionado com a indústria de laticínios, que não recebe estímulos fiscais para processar os derivados do leite. A falta de isenção tributária deixa os estados vizinhos com um setor mais consolidado, de forma que o queijo produzido na Paraíba, por exemplo, torna-se mais competitivo que o potiguar dentro do mercado local. Além disso, o ambiente favorável fora das terras potiguares atrai gigantes do segmento lácteo para estados, como Pernambuco e Ceará."Não temos um plano que dê competitividade à indústria de laticínios".

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